Os filósofos existencialistas filosofam sobre o existir e, nas suas análises, a existência é algo muito maior do que o estar vivo. Existir é percorrer a jornada do acontecer entendendo que a liberdade do escolher traz angústia, pois a escolha produz, inevitavelmente, dores. E, para eles, essa angústia ou a dor que emana dela, é a matéria prima da vida. Ou seja, é impossível ter vida sem ser tocado pela angústia e as suas dores. Na verdade, a angústia, nesse existir, é algo mais presente do que queríamos aceitar. Mas, a verdade é: viver, por mais que seja massa, pode representar um encontro profundo e, por vezes, recorrente com a angústia. Todos nós, sem exceção, sentiremos a angústia e isso será de maneira repetida. No entanto, esses existencialistas nos ensinam que, na angústia, poderemos encontrar nossa autenticidade. Consequentemente, a cada ciclo resiliente de embate contra a angústia, acabamos por crescer. Numa linguagem das lutas marciais, vamos nos tornando, cada vez mais, “cascas grossas”. Essa vida clama que nos tornemos isso – “cascas grossas” resilientes. Vamos receber porradas, ficaremos tontos, assimilaremos o impacto, recuperamos a moral e seguiremos. Seremos capazes de seguir mais duros e mais fortes, pois, logo depois, novas porradas, até, mais poderosas nos atingirão. É preciso fé! É preciso atenção e foco para que elas não nos derrubem. Seremos capazes de suportar e sustentar, pois, ao existir, poderemos e deveremos querer ser “cascas grossas”. A vida demanda disso…
Régis Barros